Coluna: Dra. Gabi Ochoa

Falar sobre leite materno é falar do alimento mais perfeito que existe na natureza: um dos maiores bens que a mãe pode oferecer ao seu filho. Por isso, a amamentação vai muito além da nutrição: é vínculo, contato, carinho e amor.

Nossa, mas o leite materno é tão bom assim? É sim! Ele beira a perfeição. Mas nós bem sabemos que, às vezes, é complicado diferenciar mitos e verdades sobre amamentação. Então, continue a leitura deste artigo, que a gente vai esclarecer uma porção de dúvidas sobre o assunto.

Benefícios do leite materno

A existência do leite materno serve para nos mostrar o quão maravilhosa a natureza pode ser. Um alimento completo, rico em nutrientes, prontinho pra que o seu bebê cresça forte e saudável.  Veja só quantos benefícios estão associados ao aleitamento:

• Fortalecimento do sistema imunológico do bebê, gerando proteção contra diversas doenças;
• Maior resistência à diarreias, otites, infecções urinárias e até alergias;
• Maior proteção contra doenças crônicas, como: diabetes, obesidade, hipertensão arterial, asma, dermatite atópica, entre outras.;
• Prevenção da anemia;
• Nutrição completa e adequada – possui todos os nutrientes e a quantidade de água que o bebê precisa até os 6 meses de vida;
• Menor risco de contaminação;
• Melhor desenvolvimento cognitivo, psicomotor, intelectual e social;
• Fortalecimento dos músculos da face, melhor desenvolvimento dentário e de fala/linguagem;
• Auxílio na formação da microbiota intestinal do bebê.

O que é verdade e o que é mito, no que se refere ao aleitamento materno?

Desvendando os mitos sobre amamentação

Quando o assunto é amamentar, o que não falta é palpite, não é mesmo? Quando surgem novos vírus e epidemias, como é o caso da Covid-19, os mitos e verdades sobre amamentação aumentam ainda mais. Mas nada de pânico! Abaixo, a gente esclarece algumas das dúvidas mais comuns e atuais sobre amamentação e leite materno.

1. O Corona Vírus pode ser transmitido pelo leite materno

Mito. De acordo com a Fiocruz, ainda não há constatação científica significativa publicada que estabeleça nexo causal entre a transmissão do SARS-CoV-2 e a amamentação. Os profissionais da saúde julgam improvável que a doença seja transmitida por intermédio do leite materno, ainda que a mãe seja positiva ou suspeita de ter Covid-19. Portanto, mesmo que a mãe suspeite ter Covid-19 ou tenha teste positivo, a recomendação é de que continue amamentando.

2. Quanto mais o bebê mamar, mais leite a mãe produz
   Verdade. A sucção é o principal estímulo para produção de leite. Cerca de 80% do leite materno é produzido durante a mamada. Então, quanto mais o bebê sugar, mais leite a mãe irá produzir.

Logo que o bebê nasce, as mamas ficam pesadas e bem cheias. Isso ocorre porque o organismo da mãe ainda está se adequando à produção necessária e nem sempre o bebê consegue esvaziar a mama toda. Com o passar do tempo, o organismo da mãe vai adaptando e a capacidade de sucção da criança vai aumentando.

3. Algumas mães produzem leite fraco
   Mito. Todo leite materno é bom e tem propriedades suficientes para alimentar e proteger o bebê. Muitas mães acham que têm o “leite fraco” ou que o bebê esteja passando fome por conta do intervalo mais curto entre as mamadas, no início do aleitamento. Por insegurança, acabam introduzindo outros tipos de leite. Mas os intervalos curtos são totalmente normais, já que o estômago do bebê é bem pequeno, impossibilitando que ele fique saciado por um período longo. Não se preocupem, mamães!
4. Dar fórmula artificial ao bebê, à noite, fará com que ele durma por mais tempo do que se for alimentado com leite materno

Mito. A capacidade gástrica do bebê é a mesma, seja com leite materno ou com leite artificial.

5. Amamentação deve ser exclusiva até o sexto mês, sem necessidade de chá, água, suco ou qualquer outra substância

Verdade. De acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Academia Americana de Pediatria (AAP), o leite materno é um alimento completo, capaz de suprir todas as necessidades calóricas, hídricas e nutricionais do bebê até o sexto mês de vida, independentemente se faz muito frio ou muito calor. Não há necessidade de água e nem de chá e é muito importante que a introdução de outros alimentos seja orientada pelo pediatra.

6. O ambiente externo contribui para o sucesso da amamentação
   Verdade. O ambiente externo, no qual a mamãe está inserida, pode colaborar para o sucesso da amamentação. É de extrema importância ter uma rede de apoio. O pai e os familiares podem ajudar nos afazeres domésticos, contribuir para que a mãe tenha uma alimentação adequada e não se esqueça de comer ou de beber água, por exemplo. Podem ajudar para que ela consiga descansar e relaxar, nem que seja por alguns minutos. A colaboração de todos ao redor pode ajudar e muito!

Um ambiente tranquilo também pode fazer muita diferença no momento da amamentação. Uma poltrona confortável, um apoio para a cabeça e alguns outros detalhes, podem tornar esse momento de conexão entre mãe e filho ainda mais especial.

Então, agora que você já tirou suas dúvidas em relação aos mitos e verdades sobre amamentação, aproveite para tornar o cantinho da amamentação mais aconchegante. Aqui, você encontra acessórios importantes que vão te ajudar.

Coluna: pediatra Dra. Gabriela Ochoa, da @dragabiochoa

Introdução Alimentar: processo de transição e aprendizado

O início da alimentação é uma fase muito esperada pelo papai, mamãe, vovós, titias, enfim, pela família toda! É uma nova fase, onde depois de meses recebendo apenas o líquido (leite materno e/ou fórmula artificial), ele entrará em contato com o alimento sólido pela primeira vez. Mas o que significa esse marco e qual o impacto na vida do bebê? Será que ele vai gostar? Será que vai se adaptar? Será que vai comer bem? Difícil prever como ele reagirá...são inúmeras dúvidas e inseguranças, que envolvem a personalidade e particularidade de cada um. Cada bebê terá seu tempo de adaptação, de aprendizado, de apetite... Mas te garanto, ele vai chegar lá.

imagem: Freepik.com 

Seguem algumas dicas para te ajudar nesse processo de introdução alimentar de uma maneira leve, calma e tranquila!

1) O processo de introdução exige DEDICAÇÃO, ATENÇÃO, PERSISTÊNCIA, AMOR e, principalmente, muita PACIÊNCIA.

Lembre-se: o início da alimentação é um processo de TRANSIÇÃO e APRENDIZADO, onde seu filho (a) irá CONHECER e EXPLORAR os alimentos antes de leva-los à boca.

E apesar de tudo que eles pegarem ir parar na boca, talvez isso não aconteça com a comida.

Mas calma, aliás muita calma, isso passa, e do mesmo jeito que eles aprendem a sorrir e falar, eles também aprendem a comer. Ufa, rs. Se ele leva um tempo para começar a andar e falar, para quê tanta pressa para ele comer?

2) Vamos combinar uma coisa? Sem forçar, sem se descabelar, sem perseguir a criança com a colher, sem se estressar (a criança sente e isso pode tornar o processo muito mais difícil).

Não vamos dar brecha para que ela crie uma relação ruim com a comida. A alimentação é complementar ao leite (materno ou fórmula) e até os 12 meses de vida um complementa o outro. Por isso, essa introdução deve ser gradativa e respeitosa com a criança.

3) Nesse processo precisamos explorar os sentidos da criança (tato, olfato, paladar, audição e visão): portanto, deixe que a criança toque o alimento e conheça sua textura; aproxime a colher do narizinho dela, isso faz com que ela sinta o cheiro e desperte sua curiosidade e vontade; coloque o prato próximo a ela e mostre as cores e os nomes dos alimentos, isso fará com que mais tarde ela possa associar ao sabor de cada um.

Isso tudo é aprendizado. Vamos trabalhar todos os sentidos!

4) Não se esqueça da rotina. A criança com muita fome ou com sono fica irritada e isso pode atrapalhar o momento. Programe-se para estabelecer uma rotina e ofertar as refeições nos horários corretos para que a criança não fique nervosa e perca o prazer de comer.

** Se seu filho (a) vai ao berçário ou à escolinha, tente se programar para que a rotina fique parecida com a que ele já tem lá ou a que será feita futuramente.

imagem: Freepik.com 

5) Não se apegue às quantidades. É o bebê quem dita a quantidade e ele dará sinais de que está satisfeito (ex: fecha a boquinha e vira o rosto) ou de que ainda tem fome.

6) Não existe fórmula pronta, não existe regra. Cada bebê é único e tem o seu ritmo. Cada família tem a sua rotina. Todas as dicas devem ser adaptadas de uma maneira que funcione para vocês.

7) O local de alimentação e o momento da refeição deve ser tranquilo, calmo e silencioso, sem televisões ou coisas que possam distrair o bebê.

8)Por último, e não menos importante, a criança é o espelho dos pais. Ela só irá manter uma alimentação saudável caso vocês também o façam. Seja o exemplo, dê o exemplo.

Quantas informações, né? Calma, eu sei que você vai tirar de letra e que vocês irão aproveitar e curtir muito essa nova fase juntos.

** Importante lembrar que a introdução alimentar deve ser orientada e supervisionada por um profissional e que nenhuma dica ou orientação exclui a necessidade de consulta médica com o pediatra.

** De acordo com as orientações da OMS e SBP, o aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de vida, e complementado até os 2 anos ou mais.

Mundo encantado da leiturinha

Apresentar livrinhos para o seu filho é visitar o universo sem que seja necessário sair de casa. E o melhor! Ajuda no desenvolvimento psicológico, social e estreita a sua relação com ele. Para te ajudar elegemos um top 10! Aproveite!

Incentivar a leitura é um ato de amor e carinho para com os pequenos. Não há restrição de idade, esse estímulo pode ser feito desde a barriguinha da mamãe. A partir da 24ª semana de gestação, o bebê já reconhece a voz da mãe, que pode começar a contar historinhas. Vale qualquer uma, pode ser um conto vivenciado pela família ou mesmo uma fábula famosa. Esse hábito irá ajudar o desenvolvimento do neném.

“O prazer pela leitura deve ser incentivado, principalmente quando as crianças ainda são pequenas, pois é essencial contribuir para que se crie o hábito de ler e a participação dos pais nessa fase é essencial! Antes de dormir, meu pai e minha mãe sempre estavam lá com um livro ou mesmo inventando aventuras! Eu quis passar isso para os meus dois filhos, que hoje amam o mundo da escrita.”  Lu Martinez , escritora infantil, apresentadora e contadora de histórias.

Antes de sair comprando todos os livros com capas fofas, é importante prestar atenção na faixa etária da criança – todo exemplar tem a indicação na sua capa! Se ela for pequenina é recomendado escolher livrinhos que tenham bichinhos coloridos ou desenhos com bastantes ilustrações para atrair a atenção delas. Se a criança for maiorzinha, já é possível ter uma historinha que ela possa acompanhar.

“Faça com que a criança se identifique com as personagens, permita que ela interrompa a narração para fazer perguntas ou comentar alguma coisa. Um estímulo bacana para a imaginação é dar a oportunidade de ela contar o final. Outra dica é: seja o exemplo para o seu filho, se você tiver o hábito de ler em casa, será um incentivo maior, já que as crianças se espelham nos pais.” Lu Martinez.

O mais legal é que as histórias ajudam aos pais ou a quem cuida dos pequenos a ensiná-los as formas geométricas, letras e animais, além de auxiliar na melhora do raciocínio, concentração e facilitar a explicação sobre o que é a empatia – que é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Para completar, mostra e explica sentimentos e situações que ele ainda passará na vida, de uma forma leve e bem lúdica.

O momento da leitura pode ter um horário definido para que a criança entenda que é aquela a hora de prestar atenção na história, podendo ser antes da naninha da tarde ou quem sabe antes de dormir, para acalmar e ainda embalar o sono dela. Para te ajudar nessa deliciosa missão, selecionamos 10 títulos para te inspirar a viajar com seu filhote em um mundo colorido e que não se limita apenas em páginas. Confira!

1 – ASSOPRE, PONHA O CURATIVO E SAROU

A obra escrita por Bernd Penners mostra que o afeto pode ajudar a curar qualquer ferimento. Nela, existem cinco animais que ao longo das páginas exploram a natureza e acabam se machucando, a criança pode usar os curativos adesivos para ajudar aos amiguinhos a continuar com a brincadeira.

Editora: Brinque Book.

Faixa etária: A partir de 3 anos.

2 – O Livro Com Um Buraco

Divertido e criativo, assim é o Livro com um Buraco, que busca incentivar os pequenos a entrarem na brincadeira inusitada, que é preencher o buraco das páginas - uma situação mais engraçada do que a outra. Entre nessa aventura, a diversão é garantida!

Editora: Cosac Naify

Faixa etária: de 3 a 6 anos

3 – Lina e o Balão

Dedicado aos bem pequeninos, o livro tem ilustrações delicadas e um enredo simples. A história conta o passeio da menina Lina, que no meio do caminho encontra um balão amarelo que passa a ser seu companheirinho, mas um vento forte carrega o amigo que fica preso em uma árvore. A menina fica muito triste com a perda, mas a mãe promete o trazer de volta. Lina se acalma e logo olha pela janela e vê a seu balão que parece com a Lua.

Editora: Pequena Zahar

Faixa etária: 0 a 3 anos

4 – O Caminhão

Pai, já chegou? Falta muito? Quem nunca recebeu um monte de perguntas das crianças no caminho de uma viagem ou mesmo à espera do aniversário dela ou data importante. Neste livro, a autora Lúcia Hiratsuka aproveita-se da ansiedade dos pequenos e de como o tempo passa diferente para elas. O exemplar conta a trajetória de uma menina que espera um caminhão que nunca chega.

Editora: Cortez Editora

Faixa etária: A partir de 3 anos

5 – A Ilha do Vovô

Um dia desses o avô de Syd o convida para o conhecer o sótão. Em meio a objetos antigos, abre-se uma porta para um mundo de fantasia e os dois embarcam e caem na ilha do vovô. Lá eles se divertiram muito juntos, mas chega a hora de voltar e o menino precisa fazer isso sozinho.  É nessa delicada metáfora que a história explica à morte e a perda.

Editora: Salamandra

Faixa etária: A partir de 4 anos

6- Com Quantos Pingos Faz Uma Chuva?

Com uma chuva de perguntas, o livro estimula as crianças a indagarem absolutamente tudo. O bigode é a sobrancelha da boca? Quem usa gravata fica com nó na garganta? E tantas outras perguntas que vão deixar os adultos de cabelos em pé.

Editora: Ózê

Faixa etária: A partir de 4 anos

7- O Mundo Seria Mais Legal

Já pensou se a gente pudesse secar no varal ou se a Chapeuzinho que engolisse o Lobo Mau? É com essa e outras propostas malucas que o autor Marcelo Torrentino tenta criar um mundo mais divertido, no qual o remédio de gripe é picolé. Imagina como seria muito mais interessante?

Editora: Companhia das Letrinhas

Faixa etária: A partir de 3 anos

8- No Sótão

De vez em quando tudo que a gente precisa é de um pouco de espaço para deixar a imaginação fluir. O menininho dessa história tinha tantos brinquedos, mas sempre se sentia entediado... Um dia ele vai até o sótão e começa a imaginar diversas aventuras.

Editora: Pequena Zahar

Faixa etária: A partir de 3 anos

9- Polvo Pólvora

O polvinho era bravo e ninguém podia rir dele quando se atrapalhava com seus tentáculos e sempre se metia em confusão. E quem sempre está lá para ajudá-lo? Sua mamãe, que o ensina a se comportar e a usar sua tinta negra com arma contra animais perigosos.  É uma boa história de aprendizado!

Editora: Biruta

Faixa etária: A partir de 2 anos

10 -  Muito Cansado e  Bem Acordado

Esse livro pode ser um grande aliado da mamãe e do papai na hora de fazer o seu filho dormir. A toda hora um animal acorda e lembra que precisa fazer alguma coisa e se levanta. Se este é um problema comum na sua casa, você e todos vão rir com essa leiturinha e a cada página encontrarão uma solução diferente que leva todos de volta para cama, bem calminhos.

Editora: Companhia das Letrinhas

Faixa etária: A partir de 2 anos

Esses são apenas 10 exemplares, mas existe um mundo de opções! Que tal levar o pequeno em uma livraria e apresentá-lo mais de pertinho a esse mundo mágico dos livros, na qual cada página é um aprendizado diferente?